Ex-chefe de licitações de Sidrolândia pede retirada de tornozeleira eletrônica

 Marcus Vinicius alega dificuldades financeiras e mudança de cidade

27/02/2025 13:18 Redação



Prefeitura de Sidrolândia. (Arquivo, Jornal Midiamax)

O ex-chefe de licitações do município de Sidrolândia, Marcus Vinicius Rossettini de Andrade Costa, solicitou à Justiça a retirada da tornozeleira eletrônica. Ele é um dos 23 réus investigados por corrupção em um esquema supostamente liderado pelo ex-secretário municipal de Fazenda e ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB).
No pedido, apresentado ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, Marcus argumenta que não deve receber o mesmo tratamento que os demais réus, pois considera que não há provas contundentes contra ele. Além disso, ele justifica que se mudou para Campo Grande para recomeçar sua vida e se afastar de qualquer contexto que pudesse gerar conflitos ou suspeitas.

Para sustentar seu pedido, Marcus afirma que as medidas cautelares lhe causam dificuldades financeiras, forçando-o a vender marmitas e rifas para cobrir seus custos de vida.
Marcus Vinicius foi nomeado para o cargo pela prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), apesar de já responder a processos por corrupção enquanto atuava na Secretaria de Estado de Administração (SAD). Em 2019, foi denunciado por irregularidades na contratação de empresas de limpeza para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

Mesmo com essas acusações, em julho de 2021, foi novamente nomeado para um cargo público.
A ex-pregoeira de Sidrolândia, Ana Cláudia Alves Flores, também solicitou a retirada da tornozeleira, alegando que o monitoramento eletrônico prejudica seu trabalho com organização de eventos. O Ministério Público, no entanto, foi contra a retirada do equipamento.

Em contrapartida, no mês passado, o empresário Ricardo José Rocamora Alves conseguiu a retirada da tornozeleira, assim como Milton Matheus Paiva Matos e Thiago Rodrigues Alves, conhecido como ‘Thiago Nanau’, que intermediava verbas no esquema investigado.

Até abril, seis investigados no esquema de corrupção em Sidrolândia continuarão utilizando a tornozeleira eletrônica, incluindo Claudinho Serra, Carmo Name Júnior, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinicius Rossettini de Andrade Costa, Thiago Rodrigues Alves e Ueverton Macedo da Silva (Frescura). Este último encontra-se preso por compra de votos e, caso seja solto, deverá permanecer monitorado.
Na decisão que prorrogou o uso das tornozeleiras, o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva destacou que o esquema comandado por Claudinho Serra causou prejuízos significativos à sociedade. Segundo ele, houve fraudes em licitações, desvio de dinheiro público e não entrega dos produtos contratados, resultando em grandes danos ao erário.
Ao tentar se livrar da tornozeleira, Claudinho Serra argumentou que exercia um emprego lícito como vereador, mas não participou de sessões após sua prisão, ocorrida em 3 de abril. Após ficar 23 dias detido, passou o restante do mandato afastado.

Claudinho Serra, ex-secretário de Fazenda, Tributária e Gestão Estratégica de Sidrolândia, é um dos principais investigados na 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e pelo Gaeco.
As investigações revelam fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, incluindo o Cemitério Municipal, a Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses indevidos a Claudinho Serra. Conforme delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva, os valores das propinas variavam entre 10% e 30% do valor dos contratos, dependendo do tipo de “mesada” envolvida no esquema.


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