Presidente americano alega que Brasil enriqueceu com tarifas sobre produtos dos EUA, ignorando superávit comercial americano na relação bilateral
Por Redação - 27/04/2025 • 05:03
Redação
Em entrevista à revista Time publicada na sexta-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que países como China, Índia e Brasil "sobrevivem" e "ficaram ricos" ao impor tarifas sobre produtos americanos.
"Veja, foi isso que a China fez conosco. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia — a Índia cobra entre 100% e 150%. Se você olhar para o Brasil, e para muitos, muitos outros países, eles cobram — é assim que eles sobrevivem. É assim que ficaram ricos", disse Trump, defendendo sua política de tarifas para proteger a indústria americana.
Contudo, dados oficiais contradizem a afirmação do presidente. Em 2024, os Estados Unidos registraram um superávit comercial de US$ 7 bilhões em bens com o Brasil. Quando somados bens e serviços, o superávit americano alcançou US$ 28,6 bilhões, tornando o Brasil o terceiro maior contribuinte para o superávit comercial dos EUA no mundo.
Especialistas apontam que as declarações de Trump não refletem a realidade das relações comerciais entre os dois países nos últimos anos. Apesar das tarifas brasileiras sobre alguns produtos americanos, os EUA continuam a exportar mais para o Brasil do que importam, mantendo um saldo positivo na balança comercial.
A fala de Trump gerou reações no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, "mesmo com Trump falando o que quiser", o Brasil está seguro economicamente, destacando as reservas internacionais do país como um fator de estabilidade.
Analistas alertam que declarações como a de Trump podem afetar as relações diplomáticas e comerciais entre os países, especialmente se resultarem em medidas protecionistas que prejudiquem o comércio bilateral.