Ucrânia pede ajuda do Brasil para convencer Putin a dialogar com Zelensky

 Bado Caia News - 13/05/2025 - 17:04

Lula e Zelensky. — Foto: Estadão Conteúdo/Getty Images via AFP

Em mais um esforço diplomático para tentar encerrar o conflito com a Rússia, a Ucrânia solicitou oficialmente o apoio do Brasil para intermediar um possível diálogo entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente russo, Vladimir Putin.

A informação foi confirmada por fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores, que indicam que o pedido foi feito por meio de canais diplomáticos nos últimos dias. O governo ucraniano busca que o Brasil use sua posição de neutralidade e influência política global para convencer Moscou a aceitar uma proposta de conversa direta entre os dois líderes.

O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, declarou que "o papel do Brasil como uma potência emergente e membro do grupo BRICS pode ser crucial para abrir espaço ao diálogo", e reforçou que Kiev está disposta a participar de qualquer iniciativa de paz que envolva negociações diretas.

Embora o Brasil mantenha uma postura de não alinhamento direto ao lado de nenhuma das partes no conflito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se posicionou diversas vezes a favor de uma solução pacífica, criticando tanto a invasão russa quanto a falta de avanços nas negociações internacionais.

Segundo analistas de política externa, o pedido da Ucrânia representa um reconhecimento da capacidade diplomática do Brasil, especialmente após as recentes tentativas de Lula de mediar outros conflitos globais, como a crise no Oriente Médio.

Até o momento, o Itamaraty não confirmou publicamente se aceitará o papel de mediador. No entanto, fontes internas indicam que o governo brasileiro está avaliando com cautela o cenário geopolítico e possíveis reações de Moscou.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já ultrapassou três anos, com milhares de mortos, milhões de refugiados e impactos severos na economia global. Diversos esforços de mediação, incluindo iniciativas da Turquia, China e organizações internacionais, falharam até agora em garantir um cessar-fogo duradouro.