Deputada licenciada foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo e já está na lista da Interpol; governo italiano avalia legalidade da solicitação
O governo brasileiro formalizou o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) à Itália. A solicitação foi entregue na quinta-feira (6) pelo embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, conhecido como Farnesina. A medida atende a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Zambelli ser condenada a 10 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, acusada de invadir ilegalmente sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por associação criminosa.
Zambelli deixou o Brasil pouco antes da sentença ser anunciada e, desde então, seu paradeiro foi rastreado até a Itália, país do qual possui cidadania. Por conta da fuga, ela foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, o que significa que pode ser presa em qualquer país-membro da organização.
Com o recebimento oficial do pedido, o governo italiano inicia agora a análise do caso. A primeira etapa é verificar se a documentação brasileira está completa e atende aos critérios legais exigidos pelo país europeu. Se a solicitação for considerada válida, será encaminhada ao Ministério da Justiça da Itália, que decidirá se acata ou não o pedido de extradição.
Especialistas apontam que a cidadania italiana de Zambelli não impede, por si só, que a extradição seja realizada. Tratados entre Brasil e Itália, além de convenções internacionais, permitem a extradição de cidadãos com dupla nacionalidade em casos de crimes graves, especialmente quando envolvem sistemas de Justiça e segurança nacional.
Em sua defesa, a parlamentar argumentou que a sentença é injusta e politicamente motivada. Seus advogados afirmam que ela buscará todos os meios legais para evitar a extradição, inclusive junto à Justiça italiana.
O caso marca mais um capítulo tenso entre Judiciário e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A situação de Zambelli ainda pode se tornar um precedente para outros processos envolvendo parlamentares com atuação nas redes e na política digital.
Fonte: CartaCapital