Goiás atrai disputa global por terras raras e lítio mesmo sob tarifaço dos EUA

 Potencial mineral do estado coloca Brasil no centro da geopolítica da transição energética, com Japão, União Europeia, China e Estados Unidos na corrida por acesso às jazidas

Por CONECTAR TUDO NOTÍCIAS - 25/07/2025 - 16:51

(Foto_Milton Brigolni Neme_Google Street View)



Apesar do impacto causado pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos minerais brasileiros, o estado de Goiás consolidou-se como uma peça-chave no tabuleiro global da disputa por recursos estratégicos. O interesse se concentra principalmente nas jazidas de lítio e terras raras — insumos essenciais para a fabricação de baterias, veículos elétricos, magnetos e outros componentes de alta tecnologia.

De acordo com o secretário estadual de Indústria e Comércio, Joel Santanna Braga, o momento é inédito para o estado: “Goiás virou cartão na mesa de negociações. Hoje, temos quatro mercados disputando nossas terras raras. O imposto atrapalha, mas não impede a abertura de diálogo, desde que o governo federal negocie redução do tarifaço.”

A movimentação norte-americana é vista como uma tentativa de reduzir sua dependência da China, que atualmente domina cerca de 90% do mercado global de terras raras e lítio. “O tarifaço força uma realocação estratégica de investimentos para abastecer os EUA sem depender da China”, avalia Luiz Antônio Vessani, presidente do Sindicato das Indústrias de Mineração de Goiás e do Distrito Federal (SINDIMINE).

Enquanto os EUA pressionam via tarifas, o Japão adota uma estratégia mais diplomática. Após missão oficial a Tóquio, o governo de Goiás observou uma mudança de postura significativa dos japoneses ao conhecerem o potencial goiano. Segundo Joel Braga, o entusiasmo aumentou ao saberem que o estado abriga a maior mina de terras raras pesadas do país, localizada entre Mararosa e Iporá — um tipo de minério mais raro, com maior valor agregado e difícil de processar.

“Quando falamos de terras raras em Goiás, lá no Japão, eles ficaram desanimados no início. Mas ao mencionarmos que temos as pesadas, tudo mudou. O ministro japonês de Economia explicou que esse insumo é crucial para a evolução dos carros híbridos e elétricos produzidos por lá”, contou o secretário.

Em resposta, uma comitiva japonesa já marcou visita técnica a Goiás para agosto, com o objetivo de conhecer as minas e avançar em possíveis acordos de cooperação tecnológica e investimentos.

Fonte: Mais Goiás

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