Governo Lula deixa aliança internacional em memória do Holocausto

 Decisão do Brasil de se retirar da IHRA causa repercussão internacional e levanta críticas sobre postura diplomática frente à preservação da memória histórica

Redação - 26/07/2025 - 07:00

 (Foto: EFE/EPA/DUMITRU DORU)


O governo brasileiro decidiu se retirar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), um organismo intergovernamental dedicado à preservação da memória do Holocausto e ao combate ao antissemitismo. A decisão foi confirmada nos últimos dias e vem gerando repercussões tanto no cenário interno quanto entre aliados internacionais.

A IHRA é composta por 35 países-membros, entre eles Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Argentina. O Brasil havia ingressado na aliança em 2009 como observador, e desde 2021 passou a integrar o grupo como membro pleno, participando ativamente de ações educativas e memoriais relacionadas ao Holocausto.

A saída do Brasil da aliança representa uma mudança de posicionamento em relação aos compromissos com a preservação da memória histórica e o enfrentamento ao antissemitismo. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores alegou que o país “permanecerá comprometido com o combate a todas as formas de discriminação e intolerância”, mas não detalhou os motivos concretos para a retirada.

A decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi criticada por representantes da comunidade judaica e por parlamentares da oposição, que a classificaram como um retrocesso diplomático. Segundo essas vozes, abandonar um fórum internacional dedicado à memória do Holocausto fragiliza o compromisso histórico com a educação, os direitos humanos e a luta contra o extremismo.

Organizações internacionais, como o Congresso Judaico Mundial, também lamentaram a decisão brasileira, destacando que, em um momento de crescimento global do discurso de ódio e da negação histórica, alianças como a IHRA são fundamentais.

Apesar das críticas, o governo afirma que continuará participando de fóruns multilaterais sobre direitos humanos e combate ao racismo, sem, no entanto, especificar quais ações serão tomadas em substituição àquelas anteriormente realizadas no âmbito da IHRA.

Fonte: Estadão

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