Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas e campanhas de conscientização voltadas à saúde do homem
Homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres no Brasil, segundo o IBGE. A diferença não se deve apenas a fatores biológicos, mas principalmente a questões comportamentais, sociais e culturais. A negligência com a própria saúde é um dos principais agravantes.
Estudos mostram que os homens procuram atendimento médico com menos frequência, muitas vezes apenas quando os sintomas estão graves. O câncer de próstata, por exemplo, ainda lidera entre as causas de morte por câncer no público masculino, muito em razão da resistência a exames preventivos e ao preconceito com o toque retal.
Outro fator de risco é o estresse. A pressão por desempenho profissional, responsabilidades familiares e a repressão emocional aumentam os índices de infartos, AVCs e transtornos mentais. A depressão masculina, por sua vez, é subdiagnosticada, já que muitos homens ignoram os sinais ou sentem vergonha de buscar apoio psicológico.
Além disso, o consumo excessivo de álcool, tabaco e drogas entre os homens é mais alto do que entre as mulheres, o que contribui para o surgimento de doenças crônicas e a piora na qualidade de vida.
Especialistas defendem que romper com estigmas culturais e incentivar o autocuidado é essencial para reverter esse cenário. A saúde masculina precisa deixar de ser tabu e passar a ser prioridade, com campanhas contínuas, acolhimento e acesso facilitado aos serviços de saúde.
Fonte: Ministério da Saúde / IBGE / Revista Brasileira de Epidemiologia