Imunizante do Instituto Butantan e Valneva promete alta eficácia e pode ser incorporado ao SUS
Por Redação - 16/04/2025 • 10:57
Redação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última segunda-feira (15), a primeira vacina contra a chikungunya no Brasil. Desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva, a vacina é indicada para adultos a partir de 18 anos e representa um marco no enfrentamento da doença que afeta milhares de brasileiros todos os anos.
O imunizante, já aprovado nos Estados Unidos com o nome de Ixchiq, apresentou resultados promissores nos estudos clínicos de fase 3, com 98,8% de eficácia em pessoas que nunca tiveram contato com o vírus e 100% entre os que já foram infectados anteriormente. Além disso, seis meses após a aplicação, a resposta imunológica permaneceu alta, atingindo 99,1% de proteção nos voluntários.
Segundo o Instituto Butantan, os efeitos colaterais relatados foram, em sua maioria, leves ou moderados — como dor de cabeça, febre, fadiga e dores no corpo — e não comprometem a segurança da vacina.
Com o aval da Anvisa, o próximo passo será a avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) para decidir se a vacina será oferecida gratuitamente na rede pública. A produção nacional do imunizante também está em andamento, o que pode facilitar sua inclusão no Programa Nacional de Imunizações.
A chikungunya é uma arbovirose transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos que transmitem a dengue e o zika vírus. A doença provoca febre alta, manchas na pele e dores articulares intensas, que em muitos casos persistem por meses. Somente em 2024, o Brasil registrou mais de 300 mil casos prováveis da infecção.
A aprovação da vacina representa uma conquista histórica para a saúde pública brasileira e oferece uma nova esperança para o controle da doença em regiões mais afetadas.