Selic atinge maior nível desde 2006 com 7ª alta consecutiva; BC sinaliza pausa, mas mantém alerta para reajustes
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(FOTO: Reprodução) – Sede do Banco Central, onde o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 15% ao ano. |
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na quarta-feira (18) elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 14,75 % para 15 % ao ano — o nível mais alto desde julho de 2006, marcando a sétima alta seguida. A decisão foi unânime, contrariando a expectativa de diversos analistas de que o ciclo de aperto monetário já estaria concluído.
Em comunicado, o Copom informou que pretende interromper o ciclo de altas e manter os juros nesse patamar por um período “muito prolongado” para avaliar os efeitos do recente aperto, mas ressaltou que continuará vigilante e “não hesitará” em retomar os ajustes, caso a inflação volte a surpreender positivamente.
O Banco Central também revisou para cima sua projeção de inflação para 2025, que agora é de 4,9 %, acima do centro da meta, e manteve a expectativa de 3,6 % para 2026. Apesar da recente valorização do real e do leve recuo da inflação, o banco justificou a decisão pelas expectativas de inflação ainda pouco ancoradas e pela economia nacional mostrando resiliência.
Especialistas destacam que a combinação de juros elevados e crescimento econômico robusto — alimentado por forte demanda interna e gastos públicos — sustenta a postura “hawkish” do Copom. A maioria dos analistas projeta que os juros só devem começar a cair em 2026, e a meta Selic para o final de 2025 deve se manter nos atuais 15 %.
Fonte: Reuters