Uma análise crítica sobre a produção do espaço urbano e os efeitos da lógica capitalista na exclusão das periferias brasileiras.
A produção do espaço urbano é um processo histórico, social e econômico, profundamente ligado à lógica do capitalismo. A segregação socioespacial, conforme destacam autores como Encarnação, Corrêa, Fani e Lefebvre, revela como diferentes grupos sociais são distribuídos desigualmente no território urbano, criando fragmentação e exclusão.
A periferização ocorre à medida que os grupos excluídos são empurrados para as bordas da cidade, onde o solo é mais barato, porém sem infraestrutura básica. A segregação se apresenta de duas formas: auto-segregação (grupos de maior renda que se isolam) e segregação imposta (grupos com baixa renda, sem opções de escolha).
Diversos agentes sociais atuam na produção do espaço:
Proprietários dos meios de produção: influenciam a localização industrial e a forma da cidade.
Proprietários fundiários: interessados no valor de troca da terra, influenciam o uso do solo.
Promotores imobiliários: reforçam a segregação com empreendimentos voltados à classe média/alta.
O Estado: fornece infraestrutura e regula o espaço, mas muitas vezes serve aos interesses do capital.
Grupos excluídos: constroem suas moradias como forma de resistência, mesmo em áreas precárias.
O espaço urbano é fruto de relações sociais desiguais, e sua organização reflete os interesses do capital imobiliário. As periferias são a expressão mais visível desse processo, com moradias precárias e carência de políticas públicas. Apesar disso, elas também expressam formas de resistência e reorganização social.
Análise incrível, Raniel é um professor e intelectual muito inteligente.
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